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Demanda por alimentos orgânicos cresce em Juiz de Fora

Iara Campos

Postado em 23 de junho de 2014

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Selo de certificação de orgânicos encarece o produto

Estimativas divulgadas pelo portal de notícias G1 no início deste ano apontam que o mercado de produtos orgânicos no mundo supere 40 bilhões de dólares por ano. Este número está crescendo cada vez mais, devido a um aumento do interesse da população por esse tipo de produto. Em Juiz de Fora, o mercado está se adaptando a essa nova demanda.

Um alimento orgânico é aquele produzido sem o uso de fertilizantes sintéticos solúveis, agrotóxicos e transgênicos. Essa regulamentação da produção orgânica é responsabilidade do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Segundo o agrônomo Flávio Bastos, as práticas agrícolas utilizadas nos processos produtivos orgânicos oferecem vantagens “para o meio ambiente, pois prevêem a preservação do solo, da água, do ar e de recursos naturais como um todo” e também “para a sociedade, porque exige que relações sociais e culturais sejam respeitadas e para a saúde humana porque proíbe o uso de insumos questionáveis do ponto de vista da saúde humana”.

O produto orgânico é confiável porque a legislação para o produtor é bastante rígida. “A garantia de que o produto é orgânico é o selo. A certificação de orgânicos é feita por um Organismo da Avaliação da Conformidade Orgânica (OAC) credenciado junto ao MAPA”, explica Flávio.

Comércio de orgânicos em Juiz de Fora

Segundo o comerciante e proDSC08895prietário da banca “Box São Francisco” do Mercado Municipal Espaço Bernardo Mascarenhas, Carlyle Lopes Barros, o aumento da procura por alimentos orgânicos foi notável. Ele contou que seu estabelecimento funciona há 26 anos e trabalha com orgânicos há apenas um ano e meio. “As pessoas começaram a pedir orgânico, então eu fui ver quem tinha esse tipo de produto para me fornecer. Encontrei de três lugares: Petrópolis, Sítio do Moinho e Piau. Aí comecei a trazer e fui crescendo, tive até que aumentar a minha banca. A freguesia tem aumentado bastante desde que comecei a comercializar orgânicos”, comenta Carlyle, que aposta nos produtos diferenciados.

O preço desses produtos é o que, muitas vezes, desanima o consumidor. “O produto orgânico é um pouco mais caro porque os produtores têm gastos para ter o selo de certificação. Todos os produtos orgânicos ficam numa média de 25% a 30% mais caros do que um produto normal”, segundo o comerciante.

Outra produção não convencional: alimentos agroecológicos

Dentro da categoria de orgânicos, há o produto do tipo agroecológico. Segundo o agrônomo Flávio Bastos, os orgânicos englobam diversas práticas. “Dentro do orgânico há várias agriculturas (ecológico, biodinâmico, natural, regenerativo, biológico, agroecológicos, permacultura) que se diferenciam por adotar conjuntos de práticas agroecológicas mais específicas”, afirma.
De acordo com o agrônomo, mesmo com as leis sobre os orgânicos não existe uma diferenciação clara entre o agroecológico e o orgânico, “ambos se preocupam com o meio ambiente, com o social e com a saúde humana. Porém o que se tem percebido nos últimos anos é que o orgânico tem se tornado uma modinha”.

A diferença entre produtos orgânicos e agroecológicos pode ser vista, na prática, na distinção de seus consumidores, segundo Flávio. “Os produtores de orgânicos têm focado em um público consumidor com maior poder aquisitivo. Já o agroecológico ainda mantém maior interesse em atuar junto ao social, por exemplo, com o desenvolvimento da agricultura familiar”, detalha.

Veja aqui outras informações sobre produtos orgânicos.

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