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Tuberculose, doença do século passado?

Polyana Castro, Postada em 24/03/14

Hoje dia 24 de março, é comemorado o dia Mundial da Tuberculose, uma doença que por muitos anos foi o terror da população. Os portadores da doença eram chamados de tísicos, e esses eram colocados em um local isolado dentro da própria casa, tudo que era usado por eles era separado, e quando entrava em óbito tudo que usaram era jogado fora, e até mesmo queimado. O tratamento era precário, essas pessoas ficavam mal vistas pela sociedade e sofriam muitos preconceitos.  O tempo passou, as informações e conhecimentos foram difundidos, um tratamento eficaz foi desenvolvido, mas esse preconceito ainda permanece.

Geraldo Paiva, 55 anos, descobriu que era portador de tuberculose aos 35 anos, procurou o médico, descobriu uma mancha no pulmão, pensaram que era pneumonia tomou medicamento para combater, mas não teve resultado. Mas havia esquecido de dizer os médico que estava escarrando um pouco de sangue, após saber disso o médico pediu uma tomografia onde foi diagnosticada a tuberculose. Geraldo diz, que seu tratamento durante seis meses foi intensivo, nos primeiros três meses chegava a tomar até 15 comprimidos por dia, depois disso diminuiu para metade. Ele sofreu discriminação por parte de várias pessoas e até mesmo por amigos.

“Meu chefe procurou o médico que me acompanhava no tratamento, para saber se eu podia ficar no mesmo ambiente que meus colegas de trabalho, se eu podia usar os mesmos utensílios deles. Pode ter feito isso até por segurança de todos, mas eu me senti mal, um preconceito comigo”.

Geraldo também disse que mesmo ter sofrido esse preconceito há 20 anos, acredita que isso não mudou hoje em dia, “Hoje as pessoas são bem mais informadas, sabem mais sobre a doença e mesmo assim tem muito medo de se contaminar e isso torna um medo dos portadores também.”

 A Tuberculose é uma doença infecciosa, tem repercussão no organismo como um todo, mas o pulmão é o órgão mais afetado. Geralmente o sintoma mais comum é a tosse com duração superior a três semanas, essa tosse pode estra acompanhada de catarro e sangue. Associada a tosse os pacientes também costumam emagrecer e ter febre no final dia, chamada vespertina.

O pneumologista Dr. Erich Vidal

O pneumologista Dr. Erich Vidal Carvalho

A doença está associada a alguns fatores de risco, um deles é condição sanitária. O médico pneumologista do Hospital Universitário, Dr. Erich Vidal Carvalho disse que o importante é diagnosticar o mais rápido possível e combater a doença, fazendo o tratamento correto.  O tratamento tem duração de seis meses e é feito com a associação de quatro antibióticos, fornecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS ) e promove a cura na maioria do pacientes. O médico ainda ressalta, que se paciente se tratar de forma correta, após 15 dias ele já não tem a doença mais. Além disso, o  tratamento tem grande eficácia e o número de mortes caíram bastante, já não é frequente como antigamente.

O tratamento é descentralizado, ocorre em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Juiz de Fora, mas o Hospital Universitário (H U) é o setor de referência para pacientes com casos mais graves, atualmente o hospital  tem cerca de 70 pacientes em tratamento.

Atendimento aos pacientes acontece nos Postos de Saúde dos bairros

Atendimento aos pacientes acontece nos Postos de Saúde dos bairros

Erich Vidal é médico, e aborda o tema do preconceito sofrido pelos pacientes. Ouça.

Marcela Freitas, aluna do 8° período do curso de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), atuou como estagiária no HU e conta a sua experiência,  assitam ao vídeo: 

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