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É preciso se controlar: entenda os prejuízos causados pela fúria e aprenda como lidar com este sentimento

Por Polyana Castro

Publicado em: 28/04/2014

O coração bate mais acelerado e as pequenas coisas do dia-a-dia começam a virar uma rotina de problemas. Logo, sair nas ruas é um motivo de irritação e até a pessoa amada se transforma em um inimigo.  O assunto já é um velho conhecido: a raiva, um sentimento que se manifesta em qualquer pessoa e em todas as idades.
Segundo a psicóloga Franca Leone, a raiva é um sentimento como qualquer outro, mas visto como negativo porque é exteriorizado. Suas causas, em geral, explica a especialista, referem-se a uma ameaça ao ‘EU’ de cada um.

Raiva, sentimento que se manifesta em pessoas de todas as idades

Raiva, sentimento que se manifesta em pessoas de todas as idades

Mesmo sentindo raiva de alguém ou de alguma coisa, o principal prejudicado é aquele que nutre esse sentimento. As pessoas mais sujeitas a sentirem raiva são tímidas, inseguras com pensamentos perseguição, que sentem ameaçadas por qualquer pessoa e motivo ou que levam uma vida sem tempo para o lazer pessoal.Franca ressalta, ainda, que o que mais ouve de seus pacientes ‘raivosos’ é “Não levo desaforo pra casa”.

Fabíola Gomes é um desses pacientes que não consegue controlar sua raiva. A cabeleireira já chegou ao extremo por conta desse sentimento e diz que hoje precisa procurar ajuda. “A raiva já tomou conta de mim várias vezes. Ela me deixou com um bloqueio para dirigir, perdi relacionamentos e até me fez ter perdas materiais”, afirma.

Em uma dessas crises, Fabíola se recorda que quebrou o celular tentando arremessá-lo contra um ex-namorado. “Hoje eu me arrependo, porque depois que você quebrou não dá pra voltar atrás, você sente um sentimento de culpa, porque foram duas perdas, na verdade, meu celular e junto o namorado”.

Casos como esse podem até parecer comuns no dia a dia, destaca Franca, mas é preciso saber quando a raiva extrapola o normal. A situação merece atenção quando esse sentimento começa a incomodar e atrapalhar os relacionamentos amorosos, familiar, profissional, escolar e mesmo no lazer. Para ela, as explosões de raiva provocam até uma exclusão social, pois afastam as pessoas que se sentem magoadas.

Os Efeitos da Raiva
Todo e qualquer sentimento provoca reações químicas e eletromagnéticas em nosso corpo e em nossa mente. São diversas reações que interferem diretamente em nosso bem estar emocional e saúde física. Armando Falconi, terapeuta holístico e pesquisador em medicinas naturais, explica que sentir raiva pode ser uma doença silenciosa. “Quando a pessoa sente raiva, ela libera uma carga muito grande de adrenalina, noradrenalina e cortisol. Essas substâncias geram o estresse e desencadeiam uma série de reações que intoxicam os caminhos de energia, principalmente do fígado e vesícula”.

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Enfrentar filas, é um dos principais motivos de estresse

Falconi ainda completa que os comportamentos de raiva, se repetitivos, podem ocasionar processos psicóticos, nervosos, de ansiedade e até depressão. “A depressão é o mal do século, muitas pessoas que estão com casos de depressão sofrem por um sentimento de vingança, ou por um ‘sapo que engoliu’ e não conseguiu se expressar, reprimindo sentimentos e guardando certos níveis de raiva”.
O fator psicológico também está inteiramente ligado aos processos de acúmulo de raiva. “A mente tem o poder de transformar o corpo”, afirma Franca Leona. Segundo ela, o individuo que sente raiva frequentemente apresenta uma disfunção hormonal das glândulas (suor, tremura, calafrios), alterações no aparelho digestivo (dores de estômago) e no Sistema Nervoso Central (irritabilidade e embaraço dos pensamentos).
Fabiola Gomes, que tem 36 anos, se descreve como uma pessoa que já nasceu com raiva e todos esses anos acabaram influenciando diretamente em sua saúde. “O último problema de saúde que tive foi uma cistite muito forte, que só passou quando saí do salão onde trabalho e fiquei em casa por dois dias. Ainda não procurei um médico, mas já me disseram que isso vem dos surtos de raiva que tenho com frequência”.

 

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Como lidar com a Raiva
Falconi explica que não é o que acontece ao longo do dia que nos perturba, mas sim o que nós fazemos com aquilo que nos acontece. “Quem vai para um banco hoje, pagar uma conta ou sacar um valor, sabe que, provavelmente, vai enfrentar fila, principalmente em determinados dias do mês. Agora, o que você quer fazer da fila? Não é a fila que te coloca nervoso, que te coloca estressado, é o que você faz da fila”.
Carlos Vanderlei, 42 anos, motorista de caminhão, é um exemplo clássico de falta de paciência para as pequenas tarefas do dia. “Quando minha filha me pede para ir à lotérica pagar uma conta, já fico irritado, só de pensar em enfrentar aquela fila me dá raiva”.

 

Carlos vive uma rotina intensa, trabalhando de 8 da manhã às 8 da noite para cumprir as entregas, de forma, que, segundo ele, parar o serviço para atender os pedidos da família é motivo de briga. “Até quando minha mulher me pede para passar na padaria já fico estressado. Meu filhinho de três anos percebe isso, um dia ele me perguntou se eu estava com raiva dele, é nesse momento que a gente percebe que precisa ficar mais calmo”.

Assista ao vídeo e saiba de alguma terapias que podem ser feitas para evitar a  raiva.

 

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