Taxistas estão apreensivos com casos de violência sofridos na cidade.
Por Jéssica Pereira, postado em 26 de março de 2014.
Novas ferramentas estão sendo estudadas pela categoria para tentar amenizar o grande índice de assaltos, e violência no cotidiano do trabalhador.
Situações de violência envolvendo taxistas e passageiros tem sido recorrentes em vários bairros da cidade. Esta onda de ocorrências tem deixado a categoria apreensiva, só no ultimo final de semana quatro taxistas foram assaltados, e neste caso como a maioria, os crimes, além do prejuízo financeiro, são acompanhados por muita violência.
Falta de postos policiais inviabiliza lei que protege taxistas
Com o objetivo de coibir assaltos, uma portaria da cidade determina a parada obrigatória dos táxis em postos policiais para identificação dos passageiros, e apesar dos veículos circularem com este aviso, a falta de postos da PM impossibilita que a lei seja uma realidade.
De acordo com o taxista Pablo Luis, a existência de postos policiais nos bairros melhoraria a questão da insegurança em sua profissão. Ele disse que quase não encontra com viaturas da polícia em suas corridas noturnas, e que já esperou a PM por cerca de uma hora quando enfrentou problemas com criminosos.
“Se é caro manter um posto policial no bairro, então põe mais viaturas para ficar circulando nos bairros. Se eu encontrar à noite duas viaturas, é muito”, diz o motorista. Escute na integra a opinião do taxista.
Segundo o major da Policia Militar de Juiz de Fora, Jeferson Ulisses, as reclamações dos taxistas são infundadas. “Muitas das vezes a gente tinha o posto policial e o taxista desviava do posto porque falava que a abordagem constrangia o passageiro. Agora ele reclama que não tem”.
O major lembra também que em caso de suspeita os motoristas podem pedir à central de táxi que informem a situação de risco para a polícia, via rádio. Segundo ele, constantemente a PM realiza operações nos principais corredores da cidade.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Taxistas, Aparecido Fagundes, a Polícia Militar tem intensificado frequentemente o apoio aos trabalhadores “Mas ainda é preciso mais abordagens aos taxistas para identificar motoristas e passageiros”. Escute na integra o áudio do presidente dos taxistas.
De acordo com a Polícia Militar, algumas formas podem ajudar na segurança dos taxistas, como a retirada de películas de insufilm no carro, e que peçam aos passageiros a identidade antes do embarque. É por lei, que os taxistas tenham o direito de recusar corridas entre 22 e 6 horas.
Taxistas decidem por câmera obrigatória como ferramenta de coibir a violência na cidade.
Um dos assuntos que vem sendo discutido pela categoria, diz respeito à segurança, sobre instalações de alertas visuais de socorro, câmeras e rastreadores. A discussão vem sendo acirrada desde novembro de 2013, depois que um taxista foi violentamente morto na cidade.
Em Janeiro a categoria se reuniu para escolher sobre a obrigatoriedade de equipamentos de segurança, e ficou decidido que as câmeras seriam o item de segurança obrigatório. A decisão é resultado de uma pesquisa que consultou 164 taxistas da cidade, e desses, 56,7% votaram a favor da medida.
Outros itens foram discutidos com a categoria como, o rastreador (GPS) e cabine blindada, que serão opcionais de cada trabalhador. Por serem itens de alto investimentos, em torno de 7 mil reais para a cabine, e um custo mensal do serviço de rastreamento em torno de 100 reais por mês, esses itens se tornam inviáveis a obrigatoriedade a todos os trabalhadores.
A lei vai ser instaurada pela Setra, e apreciada na Câmara Municipal de Juiz de Fora no próximo mês, para instaurar a obrigatoriedade da presença da câmera nos veículos, e como vai funcionar este equipamento.
A partir destas decisões os equipamentos poderão começar a ser implantado em toda frota de táxis de Juiz de Fora, e o custo deste equipamento também é algo que esta gerando polêmica, como afirma o taxista Carlos Amaral. “Estou preocupado com o custo deste sistema, se vai realmente acessível, e monitorada de acordo com que a violência possa ser coibida pelas autoridades.”
Para os taxistas que precisam trabalhar, resta a incerteza e o medo, junto a esperança que com a implantação deste item possam ter um pouco mais de segurança no trabalho. “Eu acredito que a câmera vai intimidar um pouco os assaltantes, mas não vai garantir nossa segurança total… infelizmente ser taxista hoje, é uma profissão que estamos sujeito a qualquer coisa.” afirma o motorista Pablo Luis.