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Mercado juizforano é desafiador e promissor para desenvolvedores de aplicativos

postado por Laís Cerqueira, em 14/04/2014

(foto: Laís Cerqueira)

(foto: Laís Cerqueira)

Em todo o Brasil, o mercado voltado para o uso dos chamados aplicativos mobile cresce a cada ano. Eles são programas que executam tarefas, recreativas ou funcionais, instalados em smartphones ou tablets, e também são comumente abreviados para “app”. O número de aplicativos quase dobrou entre 2011 e 2013, pulando de 1 para 1,8 milhão, e o faturamento esperado para o final do ano passado foi de 29,5 bilhões de doláres.

Segundo levantamento feito pelas empresas Conecta, Ibope e Win, o brasileiro usa seu smartphone por um tempo médio de 84 minutos, que é considerado 15% a mais do que a média de usuários de outros países — 74 minutos. Alexandre Loureiro, coordenador do curso de pós-graduação em dispositivos móveis do Centro Universitário Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB), frisa que o país tem um mercado promissor de aplicativos e que os brasileiros são “apaixonados por tecnologia” e possuem um “perfil criativo e empreendedor, fundamental para quem quer se aventurar na área”.

(foto: Laís Cerqueira)

(foto: Laís Cerqueira)

Cruzando esses fatos com o aumento exponencial do mercado de apps, que é favorecido em grande escala, empresas e ideias voltadas para a criação de aplicativos estão sendo criadas e se expandindo cada vez mais. Em Juiz de Fora, não é diferente. Para Rafael Ribeiro, diretor de vendas da empresa responsável pela criação do MaisApp, um aplicativo que promove cupons virtuais de promoções em estabelecimentos de Juiz de Fora, a cidade apresenta obstáculos para os empreendedores do ramo.

Rafael Ribeiro e Rodrigo Marliére, responsáveis pelo MaisApp (foto: Laís Cerqueira)

“O 3G não funciona de uma forma ideal, o que pra gente já é uma dificuldade, uma vez que trabalhamos com um aplicativo”, explica Ribeiro. “Também temos vários estabelecimentos que, de certa forma, são desconfiados sobre essas tecnologias novas.”

“A gente usa Juiz de Fora como um laboratório”, afirma Rodrigo Marliére, diretor de programação do MaisApp. Ele e o sócio Rafael Ribeiro estão com um projeto de expandir o aplicativo para fora da cidade e até mesmo da Zona da Mata. “Temos pedidos de franquia e estamos indo para novas cidades. Queremos fazer um negócio a nível nacional e, se der certo aqui, vai dar certo em qualquer lugar”, brinca Marliére.

Confira abaixo, em vídeo, um trecho da entrevista com os dois diretores do MaisApp.


RU App: foco em estudantes da UFJF
No segundo semestre do ano passado, outro aplicativo voltado para o público juizforano foi criado. Dessa vez, o alvo é ainda mais específico: estudantes da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) que frequentam o restaurante universitário (RU). Dois estudantes da faculdade de Engenharia Elétrica da UFJF, Hugo Valente e João Tito Vianna, foram os criadores do aplicativo, batizado de RU App, que permite que estudantes avaliem a comida servida no restaurante e que consultem, em tempo real, as avaliações dos colegas.

“Somos aficionados por tecnologia e desafios”, conta Hugo Valente, se referindo a ele e ao outro criador do aplicativo, João Tito Vianna. Segundo o estudante, os dois trabalharam em vários projetos dentro e fora da faculdade, visando sempre a inovação. “Uma das últimas conquistas foi controlar um robô através de um tablet, então tivemos que criar um aplicativo para tal. O conhecimento para o RU App estava ali”, diz, remetendo aos primórdios da criação do app.

Slogan do RU App (foto: Divulgação)

Slogan do RU App (foto: Divulgação)

Valente relata que o incentivo final veio após uma “péssima” refeição no restaurante universitário. “Naquele dia nós nos perguntamos: ‘será que dá para saber quando a comida está boa e quando está ruim, antes de vir?’”, lembra o aluno. “O voto na verdade é a opinião de cada um que comeu lá e vai ajudar na decisão de quem pode optar por comer em outro lugar, ou pode esperar para comer em casa. Um dia você ajuda e em outro dia, é ajudado. Esse é o lema”, exemplifica. De acordo com Valente, o aplicativo presta um serviço tanto para os estudantes quanto para a Universidade. “É um canal efetivo para monitorar o retorno do enorme subsídio que paga nas refeições dos estudantes e servidores.”

Sobre o retorno que os criadores do aplicativo tinham em mente, Valente descreve que não foi o esperado. “Problemas como o atraso na divulgação, ausência de WIFI no restaurante e falta de apoio fizeram o acrescimento do app parar”, diz. “Porém, ainda acreditamos muito no projeto. É um ganho tremendo para a qualidade das refeições, e uma mostra do apelo dele foi a exclusão da Denjud, antiga empresa terceirizada que explorava o RU.”

No final do ano passado, palestra familiarizou novos estudantes com o aplicativo (foto: Divulgação)

No final do ano passado, palestra familiarizou novos estudantes com o aplicativo (foto: Divulgação)

Assim como os conterrâneos do MaisApp, os criadores do RU App também almejam expandir o alcance de seu aplicativo e alcançar outras universidades. “Desde o início, o foco sempre foi atender a nós mesmos, alunos, e tentar elevar nossa qualidade de vida. O objetivo é uma parceria com a UFJF, para que o aplicativo emplaque de vez, principalmente nesse contexto de mudança de concessão e melhoria da qualidade do serviço”, aponta Valente. Atualmente, os RUs da UFJF não estão funcionando devido à greve dos servidores.

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