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Coleta seletiva: benefícios e desafios

Separar materiais reaproveitáveis daquilo que é descartável é uma tarefa simples e que gera benefícios para o ambiente.

Por Carina Scaldini

Publicado em 26/08/2013

Catadores de papel fazem grande parte da coleta seletiva na cidade Foto: Carina Scaldini

A coleta seletiva é uma alternativa para a destinação do que chama-se de lixo, pois desvia do aterro sanitário e lixões, aquilo que pode ser reaproveitado.

Muitas vezes, o termo “lixo” é utilizado erroneamente. Lixo são os materiais que não podem mais ter outra utilização. Já o resíduo, é todo material, biodegradável ou não, descartado separadamente em seu estado natural. Ou seja, o que é resíduo, aquele material que poderia ter outra destinação a não ser o lixão e os aterros, costuma ser chamado de lixo.

Em casa, a coleta seletiva é um procedimento que pode ser feito separando-se o “lixo seco” do “lixo úmido”. Arquiteta e moradora da Casa Fora do Eixo de Juiz de Fora, Nana Rebellato conta que desde que mudaram para a casa, há quase um ano, os moradores fazem a separação do “lixo”.

Ela explica ainda o porquê de fazerem a coleta seletiva:

Resolvemos fazer por entender que a separação é uma das formas mais bacanas da gente prestar atenção no que é dito lixo, e fazer nossa parte pra mudança efetiva do mundo. As pessoas acham que podem “jogar fora” as coisas que não lhe são mais úteis, porém no nosso planeta não tem essa de “jogar fora”, o que acontece é tirar debaixo dos olhos, mas o lixo não desaparece.

Outra forma de separar o que é reaproveitável do que não é, é fazer a coleta separada pelo tipo de material. Latas, papéis, plasticos e vidros podem ser reciclados e reaproveitados, por exemplo. O lixo orgânico, composto de restos de alimentos, pode ser utilizado na compostagem. Nana fala que, na casa, a separação do “lixo” ocorre dessa forma e que existe um projeto criação de uma rede para descarte dos resíduos e conscientização da população:

Apenas vai pro lixo o lixo. Cada coisa tem seu destino adequado: os orgânicos vão pra nossa composteira onde viram humus pra nossa horta, os recicláveis para a usina pra se tornarem novos materiais e apenas o lixo comum (de varrer casa e tal, lixo do banheiro, papel engordurado, bitucas de cigarros) vão pro lixo. Alguns recicláveis também ganham nova utilidade antes de serem reciclados, principalmente em atividades artísticas. Também estamos elaborando, junto a alguns parceiros, uma rede de descarte de resíduos, buscando conscientização da população e descarte adequado dos resíduos, em algumas áreas da cidade

Descarte de lixo em uma viela do bairro São Mateus. Muitos materiais descartados podem ser reciclados. Foto: Carina Scaldini

Para a arquiteta, “pequenas iniciativas como a separação dos resíduos são essenciais pra começarmos a transformar alguns paradigmas.” Tais paradigmas seria a cultura de descartar o que ainda pode ser reutilizado, reaproveitado e reciclado como lixo, mas que aos poucos, com as pequenas iniciativas, deve mudar.

Saiba mais:

Em Juiz de Fora, existe um programa municipal de coleta seletiva e gerenciamento de resíduos sólidos e de saúde. Na cidade, existem ecopontos para recebimento de material reciclável, além de um trabalho de conscientização ambiental, realizado pelo Demlurb. Existe também uma parceria com os catadores de papel e outros materiais, grandes realizadores de coleta seletiva e que de tempos para cá receberam incentivos da prefeitura para a realização do trabalho de coleta. Mais informações aqui.

A coleta seletiva está relacionada à prática de consumo consciente. JF Hipermídia já falou sobre isso aqui.

Segundo o IBGE, na maior parte das cidades do País, o serviço de coleta seletiva não cobre mais que 18% da população local. No Portal Brasil, você encontra outros dados.

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