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Confiabilidade de informações nas redes sociais: checagem das informações é fundamental

Leonardo Alves, Postado em 05 de maio de 2014

“Fulano faleceu hoje. Sério? Morreu de que? Coitado, era uma pessoa tão boa. Bem feito, já vai tarde. Mas isso aconteceu mesmo? … Ah, tudo não passou de um boato!”

Os aficionados por redes sociais certamente já se depararam com alguma informação que foi publicada nas redes, gerou discussão, mas logo após foi desmentida por algum veículo de comunicação por não passar de um simples boato. Da mesma forma com que já devem ter acreditado, à primeira vista, em alguma notícia falsa, que após algum tempo a verdade veio à tona.

Sites dos principais jornais ainda mantém a credibilidade com os usuários das redes sociais (Foto: Leonardo Alves)

Sites dos principais jornais ainda mantém a credibilidade com os usuários das redes sociais (Foto: Leonardo Alves)

A circulação de informações nas redes sociais é muito grande e sem um filtro de checagem do que por nelas passa. Dessa forma, confiar em tudo que é postado nas redes é extremamente perigoso. A questão da confiabilidade das informações nas redes sociais já foi tema de várias discussões em eventos nacionais como, por exemplo, a Campus Party (vídeo 1 e vídeo 2). Apesar das fontes de informação serem múltiplas, a confiabilidade das notícias ainda fica a cargo dos principais veículos de comunicação.

O estudante de Ciência da Computação, Victor Fonseca, 25 anos, é heavy user das redes sociais e como muitos outros usuários, acaba sendo informado dos acontecimentos por meio das redes sociais. Mas ele tem consciência de que nem tudo é 100% confiável. “Fico muito tempo logado nas redes sociais e sei de tudo que acontece e que está sendo comentado. Recebo todo tipo de informação através de meus perfis no Twitter e Facebook, desde besteiras até notícias mais sérias. Mas não costumo confiar em tudo, afinal sempre existe fofoca e informações falsas. O melhor é sempre pesquisar antes de acreditar em algo e passar a informação adiante”, disse Victor. O estudante também contou que procura confirmar sempre em sites dos principais jornais. “Sempre que postam alguma notícia que me interessa, eu procuro logo entrar em sites como G1, Folha de S. Paulo, jogo no Google para ver se outros veículos já noticiaram o fato. É importante verificar sempre antes de repassarmos, senão podemos continuar espalhando boatos”, afirmou.

VÍDEO

Por espalhar muitas informações falsas, surge a discussão sobre a confiabilidade das informações e o Jornalismo. Para o professor da Faculdade de Comunicação da UFJF, Paulo Roberto Figueira Leal, as redes sociais podem  ser tanto positivas quanto negativas. “Da mesma forma que as redes sociais podem ser uma boa fonte inicial de pesquisa, mas não deve ser o objeto final de checagem das informações. A entrevista e os instrumentos do Jornalismo fora das redes são necessários para fundamentar as notícias e informações”, disse Leal.

 

Para a doutoranda em Mídia e Esfera Pública da UFMG, Patrícia Rossini, alguns veículos jornalísticos acabam consolidando a confiança com os leitores. “As empresas jornalísticas que já têm reputação e confiabilidade do público tendem a ser vistas como fontes ‘oficiais’, mesmo no ambiente das redes. Afinal, as informações são apuradas e editadas antes de irem para a rede. No entanto, é preciso fazer uma ressalva, pois até mesmo os portais de notícia de internet bastante conhecidos como, por exemplo, Terra, IG e G1 são constantemente vítimas da instantaneidade do jornalismo digital. Basta ver quantos “erramos” ou “correção” aparecem ao longo do dia nas últimas notícias”, afirmou Patrícia.

Ainda de acordo com a doutoranda, o grande problema da disseminação de boatos nas redes sociais é a falta de interesse dos usuários em saber todo o contexto da notícia. “Muitas pessoas compartilham notícias com base naquilo que leram no resumo que circula no Facebook, e não necessariamente no conteúdo. Mesmo quando a informação vem de fontes confiáveis como um jornal ou portal de notícias renomado, ela pode ser ressignificada e ter seu conteúdo deturpado quando circula nas redes devido ao fato de que boa parte das pessoas leem apenas títulos e leads. São poucos os que clicam nos links para ler a notícia inteira”, disse.

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