A realidade da Saúde Pública em Juiz de Fora
Por Elisa Macedo
Atualizado em 25 de março de 2014
Sistema de Saúde de Juiz de Fora enfrenta dificuldades no atendimento à população. O aumento da demanda e precariedade no serviço são problemas apontados como causa, o que tem gerado revolta nos usuários que promovem protestos contra a situação seja nas redes sociais, ou mesmo no local com cartazes megafone.
Foi o que aconteceu no início deste mês, quando moradores da região Norte da cidade se aglomeraram em frente à Policlínica de Benfica. A cobrança era por atendimento que parou de ser oferecido normalmente, após a inauguração da Unidade de Pronto Atendimento Norte, UPA-Norte e contra a terceirização do setor.
Dentre as reivindicações, estava incluído o pedido de reativação da regional como era há dois anos, que contava com a presença de médicos especializados e serviço ambulatorial. Maurício Lima, participante da manifestação, reclama da falta de assistência no local “tem um grupo de praticamente de 6000 usuários com prontuário e os mesmos não estão sendo atendidos. Eu, como exemplo, estou desde outubro de 2012 sem consultar com meu cardiologista sendo que fazia acompanhamento desde 2006”.
Com imagens divulgadas em uma página do Facebook chamada “Nova Era no Face”, a população tenta chamar atenção das autoridades políticas para apresentarem uma solução. A rede tem sido vastamente utilizada pelos moradores da cidade para expressarem sua opinião, tanto para cobrar mudanças, quanto pra elogiar o serviço. Na página “Juiz de Fora da Depressão”, que conta com mais de 52.670 curtidas, é possível visualizar diversas postagens sobre o atendimento nos postos de saúde e hospitais de Juiz de Fora.
A inauguração da unidade em 2012, a princípio, veio como uma esperança para a população da Zona Norte, que contava anteriormente com serviços prestados pela Policlínica de Benfica, que não estava preparada para receber a demanda que aparecia como traumas, fraturas, pedidos de cirurgias, o que era encaminhado para o Hospital de Pronto Socorro da cidade. Entretanto, não foi isso que aconteceu. A reivindicação da população da Zona Norte é justamente a demora de atendimento por parte da UPA e o não atendimento, ou atendimento reduzido por parte das Unidades de Atendimento Primário de Saúde, UAPS .
A Secretaria de Saúde para informar quais seriam as obrigações que caberiam a UPA e quais eram de responsabilidade da Policlínica, entretanto, nada foi falado. O contato do responsável por esse assunto, Custódio Mattos, foi feito, porém, este não respondeu nenhuma das ligações.
O enfermeiro do quadro efetivo da UPA – Norte, Amilton Lima, informou que o problema da sobrecarga na unidade, o que ocasiona atrasos em atender parte da população, é devido aos problemas de funcionamento dos postos de saúde da região.
Janaína Aparecida é um bom exemplo dessa situação. A auxiliar de confeitaria estava com a filha na UPA neste domingo.
Segundo Amilton, a unidade da região norte é a única considerada UPA de nível 3 “a gente tem aqui atendimento de clínica, ortopedia e cirurgia”, afirma o enfermeiro que já completa 7 meses de trabalho no local. Ele ainda aponta que no caso de cirurgia da área de ortopedia da cidade, a UPA costuma ser a única opção algumas vezes. “Então esses pacientes acabam vindo de demandas tanto da cidade, quanto das cidades vizinhas”, complementa Amilton.
A questão da saúde continua cada vez mais dual. Alguns pacientes levam horas para serem atendidos em dias de grande demanda. Porém, quando a situação está controlada, levam menos de meia hora para serem atendidos. Janaína , que estava com a filha na UPA neste domingo. Janaína ainda elogiou o atendimento e afirmou ter esperado menos de 10 minutos para ser atendida.
Na tarde de domingo, a equipe de jornalismo tentou entrar em contato com o atendimento da Policlínica de Benfica. No entanto, um dos trabalhadores, que preferiu se identificar como Porteiro Luiz, passou a informação de que nos fins de semana nenhum serviço é oferecido pela Policlínica, uma vez que ela é “posto de saúde”.
Para saber como você pode levar suas reclamações para os órgãos públicos, veja o vídeo abaixo.